A Moda em números




vamos conhecer mais sobre nosso setor e analisar o painel projetivo para 2023

palavras-chave: branding de moda, economia criativa, design, marcas de moda, estúdio de design, indústria têxtil, confecção de moda, produto de vestuário, ABIT

por Edu Amorim

Esse texto é pensado para você, que assim como eu é um micro empresário individual estudante de moda ou ainda colaborador em alguma marca. Quero te apresentar dados sobre o nosso setor e analisar o próximo ano.

Segundo a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) em dados atualizados em Fevereiro de 2022, o Brasil é a maior Cadeia Têxtil completa do Ocidente. Temos desde a produção das fibras, como plantação de algodão, até os desfiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e forte varejo, sendo ainda referência mundial em design de moda praia, jeanswear e homewear, tendo crescido também os segmentos de fitness e lingerie.

Tratando-se da indústria que tem quase 200 anos no País, somos a segunda maior empregadora da indústria de transformação perdendo apenas para a de alimentos e bebidas. Ao total 24,6 mil unidades produtivas formais em todo o país, sendo 1,36 milhão de empregados diretos (IEMI 2021) e 8 milhões de adicionarmos os indiretos e efeito renda, dos quais 60% são de mão de obra feminina.


24,6 mil unidades produtivas formais em todo o país, sendo 1,36 milhão de empregados diretos (IEMI 2021) e 8 milhões de adicionarmos os indiretos e efeito renda, dos quais 60% são de mão de obra feminina

Analisando os dados do setor podemos perceber o impacto que a pandemia causou. Nossa produção passou de 9,05 bilhões de peças em 2019 (IEMI 2021) para 7,93 bilhões de peças em 2020. Na comparação de volume na produção têxtilessas diferenças são menores, 1,91 milhões de toneladas em 2020 contra 2,05 milhões de toneladas em 2019 (IEMI 2021).

Quando observamos esses dados podemos perceber e refletir sobre os investimentos no setor que mesmo com a crise não perdeu as esperanças. Injetando cerca de R$ 4,5 bilhões em 2020 ao contrário do ano anterior R$ 3,6 bilhões (IEMI 2021), comprovando que o saldo positivo na balança comercial (sem fibra de algodão) de R$ 4,5 bilhões em 2020 contra R$ 3,6 bilhões em 2019 (IEMI 2021).

Número de exportações (sem fibra de algodão) também é positivo, segundo o ministério da economia, foram vendidos US$ 1,06 bilhão em 2021 contra US$ 801,8 milhões em 2020. O movimento contrário das importações também acontece de forma crescente cerca de US$ 5,2 bilhões em 2021, contra US$ 4,3 bilhões em 2020 (Ministério da Economia)

Contudo podemos perceber que o faturamento da cadeia têxtil de confecção teve uma queda, aproximadamente R$ 20 bilhões, comparando os R$161 bilhões gerados em 2020 em oposição aos R$ 186 bilhões em 2019 (IEMI 2021). Reflexo da pandemia e da crise do têxtil em meados de 2020.

Sabemos que nossa indústria pode ser bastante contraditória, estamos entre os cinco maiores produtores e consumidores de denim do mundo, entre os quatro maiores produtores de malhas do mundo e em contra partida uma das mais poluentes. Sendo responsável por 8% da emissão de gás carbônico na atmosfera, ficando atrás apenas do setor petrolífero. O poliéster, uma das fibras mais utilizadas no mercado fashion, é responsável pela emissão anual de 32 das 57 milhões de toneladas globais.

De acordo com o report da Ellen MacArthur Foundation, além do carbono emitido no processo de produção, o descarte da indústria, dado o ciclo de vida curto das coleções, é imenso e anualmente em torno de US$ 500 bilhões são perdidos com o descarte de roupas nos aterros mundiais. Para se ter uma ideia, na criação de peças, 25% de tudo que é produzido vira lixo, isso sem falar no seu descarte, onde praticamente nada tem sido reaproveitado.

Em momentos de crises possível fazer uma reflexão que alguns profissionais da moda já vem questionado há bastante tempo. É o momento de reduzir, repensar e recriar uma nova moda muito mais conectada com a utilização de matérias primas já existente, renovadas com avanços tecnológicos.

É inegável que o principal agente na transformação da indústria da moda é o próprio consumidor, cego pelas vitrines, promoções e tendências, deixa de lado todo o impacto negativo em troca do glamour. Para que uma indústria consolidada se transforme, a mudança do lado de quem consome é necessária e urgente.

A verdadeira sustentabilidade está em pensar em soluções menos baratas e que sejam atemporais, para além da estética e que empregam a sustentabilidade para além do discurso. Ser chique é cuidar do planeta e das pessoas.

Agora eu quero saber de você,! Vamos continuar essa conversa lá no Instagram @akasha.estudio ? Me conta quais são suas reflexões acerca da nossa indústria pra onde podemos caminhar em termos de inovação cuidado com nosso planeta, te espero nos comentários.

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